sábado, 21 de dezembro de 2013

Clearance (depuração da Creatinina)

A creatinina é um composto orgânico nitrogenado e não-protéico formado a partir da desidratação da creatina. A creatina é sintetizada nos rins, fígado e pâncreas e transportada para outros órgãos como músculo e cérebro, onde é fosforilada a fosfocreatina, através de reação catalisada pela creatina quinase. Uma parte da creatina livre no músculo não participa desta reação e é convertida espontaneamente em creatinina. A cada dia, 1 a 2% da creatina dos músculos é convertida em creatinina.
Creatina --> Creatinina
Como a quantidade de creatinina endógena produzida é proporcional à massa muscular, sua produção varia com o sexo e a idade da pessoa. O homem não obeso excreta em torno de 1,5 g/dia e a mulher 1,2 g/dia. A excreção diária pode ser 10 a 30% maior como resultado da ingesta de creatina e creatinina presentes em carnes.
Uma vez que a creatinina produzida endogenamente, é liberada nos fluidos corporais a uma taxa constante e os valores plasmáticos são mantidos em limites estreitos, ela é largamente utilizada para a determinação da eficiência da função renal, especialmente da taxa de filtração glomerular.
Devido às facilidades operacionais e de custo, a depuração da creatinina tem sido usada como indicador da função renal através do cálculo de depuração (“clearance”) da creatinina plasmática. De um modo geral, a monitoração da depuração da creatinina é eficaz até o ponto em que o paciente tenha perdido metade a dois terços da capacidade renal. A partir desse ponto, aconselha-se utilizar marcadores radioisotópicos.
Teste de Depuração da Creatinina
A maior parte da informação clínico-laboratorial utilizada para a determinação da função renal é derivada ou relacionada com a medição da depuração de alguma substância pelos rins. A depuração de uma substância é definida como a quantidade de sangue ou plasma completamente liberada desta substância, por unidade de tempo, através da filtração renal.
O teste de depuração da creatinina é realizado com dosagem da creatinina em uma amostra de urina colhida em um tempo estabelecido e também em uma amostra de sangue colhida no período de colheita da amostra de urina.
Metódo
• Colher a amostra de sangue. Como a concentração de creatinina plasmática é relativamente constante, a amostra de sangue pode ser obtida em qualquer momento do período de colheita da urina. Idealmente, a amostra deve ser obtida na metade deste período, porém, visando maior conforto do paciente, pode-se obter a amostra de sangue ao final do período de colheita.
• Dosar o volume total da urina e calcular o volume/minuto dividindo o volume pelo número de minutos em que a amostra de urina foi colhida. Em uma colheita de 24 horas dividir por 1440 (24 horas x 60 minutos).
Cálculo da depuração
Onde:
U: creatinina na urina (mg/dL); S: creatinina sérica (mg/dL); Volume 24h = volume urinário de 24 horas
Depuração corrigida
Para que o resultado obtido possa ser correlacionado com os valores de referência, deve-se corrigir a depuração encontrada usando um fator que leve em conta a superfície corporal do paciente. Isso é feito multiplicando-se o valor encontrado por 1,73 (superfície corporal padrão) e dividindo pela superfície corporal do paciente. Esta correção é particularmente importante quando o teste da depuração de creatinina é realizado em crianças.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Marcadores sorológicos da Hepatite B

Existem seis marcadores sorológicos disponíveis rotineiramente para serem utilizados no diagnóstico de hepatite B aguda e crônica, no acompanhamento dos pacientes, e na indicação e monitorização do tratamento. Estes marcadores estão descritos a seguir:

HBsAg (Antígeno de superfície do vírus B)
Quando há presença do HBsAg é indicativo de infecção em curso, sendo ele encontrado tanto na forma aguda quanto na crônica. É o primeiro marcador a aparecer, podendo ser detectado 1 a 2 semanas após a exposição ao vírus.
Na infecção aguda autolimitada, desaparece na fase de convalescença, 2 a 4 meses após seu surgimento. A persistência do HBsAg por mais de 24 semanas é indicativa de hepatite crônica.

 Anti-HBc IgM (Anticorpo IgM contra o antígeno core do vírus B)
Sua presença indica infecção aguda, sendo o primeiro anticorpo detectável. É encontrado no soro até 32 semanas após a infecção.
O anti-HBc IgM e o anti-HBc total podem ser os únicos marcadores detectados em pacientes com hepatite aguda fulminante e no período entre o desaparecimento do HBsAg e o aparecimento do anti-HBs.

Anti-HBc total (Anticorpos totais contra o antígeno core do vírus B)
É o melhor marcador de exposição ao vírus B.
Está presente na infecção aguda, na infecção crônica e em pacientes que se recuperaram totalmente da doença, indicando contato prévio com o vírus.

HBeAg (Antígeno “e” do vírus B)
É um marcador de replicação viral, sendo sua positividade indicativa de alta infecciosidade. Na infecção aguda autolimitada, desaparece em cerca de 2 a 6 semanas.
Sua persistência após 8 a 10 semanas sugere fortemente a possibilidade de evolução para a forma crônica. Na infecção crônica, está presente enquanto houver alta replicação viral, a não ser em casos em que uma mutação impede a produção do HBeAg.

Anti-HBe (Anticorpo contra o antígeno “e” do vírus B)
Geralmente, é detectado após o desaparecimento do HBeAg, sugerindo redução ou ausência de replicação viral, exceto nas cepas com mutação pré-core (não produtoras da proteína “e”). Persiste detectável por 1 a 2 anos. Alguns indivíduos não desenvolvem níveis detectáveis de anti-HBe.

Anti-HBs (Anticorpo contra o antígeno de superfície do vírus B)
É um anticorpo protetor, neutralizante. Está presente, geralmente, após o desaparecimento do HBsAg, indicando resolução da infecção e imunidade.
É encontrado isoladamente em pessoas vacinadas. Cerca de 5 a 15% dos pacientes que se recuperaram clínica e laboratorialmente da doença não apresentam anti-HBs detectável.

 

Diagnóstico da Toxoplasmose

Diagnóstico da Toxoplasmose

- Identificação direta
- identificação indireta : Hemaglutinação, imunofluorecência indireta e Elisa. Para detecção de igM e igA o teste realizado é o Elisa de captura.


Índice de avidez: ( igG ) Auxilia a esclarecer os casos de infecção recente.


Resultados e interpretação dos exames 

IgM muito alto: fase aguda

IgM positivo e IgG positivo  -    faz teste de avidez e pesquisa IgA.

 Maior avidez : toxoplasmose crônica.
 Menor avidez: Toxoplasmose aguda

IgM positivo e IgG negativo - Fase aguda (faz teste depois de 15 dias para detecção de IgG)

IgM negativo e IgG postivo - Fase crônica

IgM baixo, IgG baixo e avidez baixa - Se depois de  dias continuarem baixos significa fase crônica. Doença genética onde o indivíduo não produz anticorpo de alta avidez ( maior especificidade).

IgM alto, IgG alto e avidez alta - Se depois de quinze dias os três continuarem altos, significa fase aguda. Doença genética onde o indivíduo produz anticorpos de alta especificidade (alta avidez) mesmo em fase aguda. 



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dilma quer flexibilizar patentes contra hipertensão e diabetes

A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta segunda-feira a possibilidade de flexibilizar patentes de medicamentos usados para tratar doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes. A declaração foi feita em discurso na abertura da reunião sobre doenças crônicas não transmissíveis da Organização da Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.
"A defesa pelo acesso a medicamentos e a promoção à prevenção à saúde devem caminhar juntas. O Brasil respeita seus compromissos em matéria de propriedade intelectual, mas estamos convencidos de que as flexibilidades previstas no Acordo Trips (Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio, na sigla em inglês) da OMC (Organização Mundial do Comércio), na Declaração de Doha sobre Trips e saúde pública, e na Estratégia Global sobre Saúde Pública são indispensáveis para políticas que garantam o direito à saúde", disse Dilma.
O Acordo Trips estabelece padrões mínimos no âmbito do direito internacional relacionados às patentes, incluindo as de medicamentos. Países membros da OMS concordaram com certos padrões comuns na forma de elaboração e implementação de legislações de propriedade intelectual. Esses padrões determinam que as patentes devem ser concedidas durante um período mínimo de 20 anos, que elas podem ser concedidas para produtos e processos e que informações de testes de medicamentos podem ser protegidas contra o uso comercial desleal.
No discurso, a presidente disse que o Brasil defende o acesso aos medicamentos "como direito humano à saúde e que é fundamental que haja coordenação entre as políticas de saúde e as destinadas a lidar com os determinantes socioeconômicos dessas enfermidades".

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Anticorpo pode viabilizar uma vacina universal contra a gripe













Um anticorpo natural pode ser a chave para a criação de uma vacina universal contra a gripe. De acordo com uma pesquisa publicada no periódico Science Express, o anticorpo CR8020 pode viabilizar que as vacinas contra o vírus influenza sejam eficientes em prevenir e curar infecções de quase todos os tipos de gripe. Os testes clínicos ainda estão sendo feitos em animais.
A descoberta foi feita em uma parceria entre os laboratórios The Scripps Research Institute e o farmacêutico Crucell. Os dois centros trabalham juntos desde 2008, procurando soluções para evitar epidemias de determinados tipos da gripe que têm predominância apenas em certos períodos do ano - e, por isso, as vacinas atuais não conseguem prevenir.
Durante as fases de pesquisas, os cientistas descobriram que, assim como o anticorpo CR6261, já descoberto em 2008, o CR8020 se ligava a regiões vulneráveis do vírus. Ao injetarem o anticorpo em camundongos, foi possível prevenir que o animal se infectasse com cepas letais, a exemplo dos tipos H3, H7 e H1 (como o H1N1, da gripe aviária).
Isso acontece porque, ao se ligar ao vírus, o CR8020 interfere na habilidade do influenza de transferir seu material genético às células hospedeiras. Assim, a infecção viral era prevenida. “Juntos, o CR8020 e o CR6261 têm o potencial de proteger contra quase todos os tipos da influenza”, diz Ian Wilson, um dos coordenadores da pesquisa.
A farmacêutica Crucell está prestes a começar testes clínicos com o CR6261 em humanos e espera iniciar em breve testes similares para o CR8020. Se os testes forem bem sucedidos, os dois anticorpos podem ser combinados e usados em terapias de imunização.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cientistas suíços trazem nova forma de tratar diabetes 2 em roedores

Uma pesquisa de cientistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, traz um novo alvo para o tratamento de diabetes do tipo 2. A equipe liderada por Markus Stoffel descobriu dois pedaços de RNA - cadeias produzidas nas células a partir do DNA - que podem ser a causa do problema. Os testes foram conduzidos em ratos e os resultados da pesquisa são destaques  "Nature". Os cientistas suíços mostraram no artigo como duas fitas de RNA chamadas miRNA 103 e miRNA 107 bloqueiam um gene no corpo dos roedores que comanda a entrada e o armazenamento de glicose (açúcar) pelas células do fígado e de gordura. A diabetes de tipo 2 aparece quando o corpo perde a capacidade de absorver e armazenar glicose (açúcar). Isso acontece por conta de uma resistência à insulina, substância que permite a entrada do açúcar dentro das células. Outra causa para a doença pode ser a falha das células-beta - localizadas nas ilhotas de Langerhans, estruturas do pâncreas responsáveis pela produção de hormônios -, que deixam de produzir a insulina em quantidade suficiente. Em testes com ratos obesos, os cientistas usaram uma molécula chamada antagomir, que anulou o efeito negativo das duas fitas de RNA. Após a aplicação da substância, as células do fígado voltaram a reagir normalmente com a insulina. Como consequência, a absorção de açúcares aumentou, a quantidade de gordura nas células adiposas diminuiu e o pâncreas voltou a produzir insulina normalmente. Contudo, os pesquisadores ressaltam que o tratamento funcionou em ratos que tinham diabetes recente.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EMBOLIA PULMONAR

A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo ( trombo ), que está fixo numa veia do corpo, se desprende e vai pela circulação até o pulmão, onde fica obstruindo a passagem de sangue por uma artéria. A área do pulmão suprida por esta artéria poderá sofrer alterações com repercussões no organismo da pessoa, podendo causar sintomas. Às vezes, mais de um trombo pode se deslocar, acometendo mais de uma artéria.
Existem algumas situações que facilitam o aparecimento de tromboses venosas, que causam as embolias pulmonares. A trombose é o surgimento de um trombo (coágulo de sangue) nas veias. Normalmente ocorre nas pernas, coxas ou quadris. Quando este trombo se desprende, vai para a circulação e acaba trancando numa artéria do pulmão, podendo ou não causar problemas. Se for pequeno, poderá até não causar sintomas, mas se for de razoável tamanho, poderá causar dano pulmonar ou, até mesmo, a morte imediata. Dentre algumas situações que colaboram para o aparecimento desta doença, estão:
Fraturas ósseas com imobilização prolongada do paciente
Pacientes com câncer
Pessoas que passam muito tempo acamadas, sem atividade física
Cirurgias
Uso de anticoncepcionais com estrógeno
Varizes
Tabagismo
Obesidade
A embolia pulmonar causada por trombos nas veias não é a única forma de embolia, mas é a mais freqüente. Pessoas que sofrem fraturas expostas (com exposição do osso) podem ter a liberação da gordura que está dentro do osso para a corrente sangüínea. A gordura poderá chegar aos pulmões, configurando o quadro que chamamos de embolia pulmonar gordurosa. Há outro tipo de embolia que pode acontecer em pessoas que usam drogas de abuso nas veias. Nestes casos, algum corpo estranho (objeto diminuto) pode chegar nos pulmões pela circulação, após a injeção da droga, e causar uma embolia. Existe também um tipo de embolia muito infreqüente que ocorre nas mulheres grávidas no momento do parto, chamada embolia pulmonar pelo líquido amniótico.