segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dilma quer flexibilizar patentes contra hipertensão e diabetes

A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta segunda-feira a possibilidade de flexibilizar patentes de medicamentos usados para tratar doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes. A declaração foi feita em discurso na abertura da reunião sobre doenças crônicas não transmissíveis da Organização da Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos.
"A defesa pelo acesso a medicamentos e a promoção à prevenção à saúde devem caminhar juntas. O Brasil respeita seus compromissos em matéria de propriedade intelectual, mas estamos convencidos de que as flexibilidades previstas no Acordo Trips (Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio, na sigla em inglês) da OMC (Organização Mundial do Comércio), na Declaração de Doha sobre Trips e saúde pública, e na Estratégia Global sobre Saúde Pública são indispensáveis para políticas que garantam o direito à saúde", disse Dilma.
O Acordo Trips estabelece padrões mínimos no âmbito do direito internacional relacionados às patentes, incluindo as de medicamentos. Países membros da OMS concordaram com certos padrões comuns na forma de elaboração e implementação de legislações de propriedade intelectual. Esses padrões determinam que as patentes devem ser concedidas durante um período mínimo de 20 anos, que elas podem ser concedidas para produtos e processos e que informações de testes de medicamentos podem ser protegidas contra o uso comercial desleal.
No discurso, a presidente disse que o Brasil defende o acesso aos medicamentos "como direito humano à saúde e que é fundamental que haja coordenação entre as políticas de saúde e as destinadas a lidar com os determinantes socioeconômicos dessas enfermidades".

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Anticorpo pode viabilizar uma vacina universal contra a gripe













Um anticorpo natural pode ser a chave para a criação de uma vacina universal contra a gripe. De acordo com uma pesquisa publicada no periódico Science Express, o anticorpo CR8020 pode viabilizar que as vacinas contra o vírus influenza sejam eficientes em prevenir e curar infecções de quase todos os tipos de gripe. Os testes clínicos ainda estão sendo feitos em animais.
A descoberta foi feita em uma parceria entre os laboratórios The Scripps Research Institute e o farmacêutico Crucell. Os dois centros trabalham juntos desde 2008, procurando soluções para evitar epidemias de determinados tipos da gripe que têm predominância apenas em certos períodos do ano - e, por isso, as vacinas atuais não conseguem prevenir.
Durante as fases de pesquisas, os cientistas descobriram que, assim como o anticorpo CR6261, já descoberto em 2008, o CR8020 se ligava a regiões vulneráveis do vírus. Ao injetarem o anticorpo em camundongos, foi possível prevenir que o animal se infectasse com cepas letais, a exemplo dos tipos H3, H7 e H1 (como o H1N1, da gripe aviária).
Isso acontece porque, ao se ligar ao vírus, o CR8020 interfere na habilidade do influenza de transferir seu material genético às células hospedeiras. Assim, a infecção viral era prevenida. “Juntos, o CR8020 e o CR6261 têm o potencial de proteger contra quase todos os tipos da influenza”, diz Ian Wilson, um dos coordenadores da pesquisa.
A farmacêutica Crucell está prestes a começar testes clínicos com o CR6261 em humanos e espera iniciar em breve testes similares para o CR8020. Se os testes forem bem sucedidos, os dois anticorpos podem ser combinados e usados em terapias de imunização.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cientistas suíços trazem nova forma de tratar diabetes 2 em roedores

Uma pesquisa de cientistas do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, traz um novo alvo para o tratamento de diabetes do tipo 2. A equipe liderada por Markus Stoffel descobriu dois pedaços de RNA - cadeias produzidas nas células a partir do DNA - que podem ser a causa do problema. Os testes foram conduzidos em ratos e os resultados da pesquisa são destaques  "Nature". Os cientistas suíços mostraram no artigo como duas fitas de RNA chamadas miRNA 103 e miRNA 107 bloqueiam um gene no corpo dos roedores que comanda a entrada e o armazenamento de glicose (açúcar) pelas células do fígado e de gordura. A diabetes de tipo 2 aparece quando o corpo perde a capacidade de absorver e armazenar glicose (açúcar). Isso acontece por conta de uma resistência à insulina, substância que permite a entrada do açúcar dentro das células. Outra causa para a doença pode ser a falha das células-beta - localizadas nas ilhotas de Langerhans, estruturas do pâncreas responsáveis pela produção de hormônios -, que deixam de produzir a insulina em quantidade suficiente. Em testes com ratos obesos, os cientistas usaram uma molécula chamada antagomir, que anulou o efeito negativo das duas fitas de RNA. Após a aplicação da substância, as células do fígado voltaram a reagir normalmente com a insulina. Como consequência, a absorção de açúcares aumentou, a quantidade de gordura nas células adiposas diminuiu e o pâncreas voltou a produzir insulina normalmente. Contudo, os pesquisadores ressaltam que o tratamento funcionou em ratos que tinham diabetes recente.