sábado, 14 de agosto de 2010

Isquemia

Definição
Isquemia é definida como sendo o fluxo arterial insuficiente para manter as funções
normais teciduais, isto é a diminuição de nutrientes (glicose, oxigênio, proteínas,
vitaminas, enzimas, etc) para os tecidos e o retardo na retirada dos metabólitos. A
isquemia pode ser total quando o fluxo arterial for insuficiente para manter a vida
celular ou tecidual, ou parcial que mantém a viabilidade celular, porém com risco de
evoluir para a morte celular, dependendo da nobreza do tecido e do tempo em
isquemia. Já a hipóxia é somente a diminuição de oferta de oxigênio aos tecidos,
mas, também é lesiva aos tecidos. (1).
A isquemia de membro aguda é qualquer decréscimo agudo ou piora da perfusão
do membro causando potencial ameaça à viabilidade da extremidade.(2)
A síndrome do dedo azul (blue toe) é um exemplo de isquemia aguda, caracterizada
dor súbita, cianose dos pododáctilos e antepé devido à embolia (ateroembolismo) de
fonte arterial e que mantém todos pulsos presentes, com oclusão das artérias digitais.
Quadro semelhante também pode acontecer para os membros superiores.(2,3)
Isquemia aguda difusa do membro é caracterizada por dor súbita e progressiva,
entorpecimento, enfraquecimento, paralisia da extremidade, acompanhada de
palidez, às vezes cianose, esfriamento, e ausência de pulsos. Isquemia aguda é
tipicamente causada por embolia para artéria distante da fonte embolígena, ou
oclusão de artéria nativa por trombose devida a doença pré-existente ou pósrevascularização.(
2,3)
A isquemia crônica de membro é aquela que apresenta dor ao exercício e alívio em
repouso, devida à doença arterial, exemplo claudicação intermitente. (2)
Claudicação intermitente consiste em fraqueza, desconforto, câimbra muscular, dor
só ao exercício (ao caminhar) dos membros inferiores e melhora em repouso,
conseqüente à doença arterial. Os sintomas ocorrem tipicamente nos grupos
músculos distais à(s) estenose(s) ou à oclusão arterial e podem acometer as
nádegas, coxas e panturrilhas. A dor é causada pela insuficiência fluxo arterial para
manter a demanda metabólica durante o exercício muscular, entretanto os receptores
da dor ainda são desconhecidos. O termo claudicação só pode ser usado para os
membros inferiores, pois, origina do latim claudicare que significa: coxear, manquejar,
não ter firmeza nos pés. (2-4)
Isquemia crônica crítica de membro deve ser usada para todos doentes portadores
de isquemia crônica com dor em repouso de forte intensidade e persistente (por mais
de quatro semanas), úlceras ou gangrena, requerendo analgésicos especiais como
opiáceos e atribuída objetivamente à doença arterial. A não cicatrização das úlceras
deve ser decorrente da isquemia (excluir neuropatia, infecção e outros fatores).A gangrena deve ser conseqüente da isquemia do antepé (excluir os casos de
ateroembolismo). Esta definição coincide com os estágios III e IV da classificação de
Fontaine e também com as categorias 4, 5 e 6 de Rutherford das novas
recomendações das “Society for Vascular Surgery e The International Society for
Cardiovascular Surgery. (2,4)”.
Dor é definida como uma experiência desagradável sensorial e ou emocional,
associada a lesões teciduais reais ou potenciais(5).
Dor em repouso é definida como: a dor em repouso ou isquemia podálica difusa e
principalmente localizada no antepé ou pododáctilos, pode se manifestar mais
proximal também, mas não poupa as partes distais, devida a isquemia crônica, e não
é aliviada com analgésicos comuns. Piora com elevação do membro, é diminuída
com o membro pendente e é piorada à noite. A dor é causada pelo fluxo arterial
insuficiente para manter a demanda metabólica dos tecidos em repouso. (1,2,3,4)
Cianose fixa é definida como sendo a coloração cianótica das extremidades que não
se altera com a mudança de posição ou elevação, devida a isquemia, normalmente
não reversível, caracterizando a pré-gangrena.
Gangrena é necrose (morte celular, de tecido ou de órgão) devido à obstrução, ou
diminuição do fluxo sangüíneo; pode ser localizada numa pequena área ou
comprometer o membro inteiro ou órgão, e pode ser seca (mumificação) ou úmida.
Caracterizada por cianose fixa, anestesia dos tecidos envolvidos, progredindo para a
necrose (morte tecidual) como resultado da redução do fluxo arterial e sendo
insuficiente para o mínimo metabolismo requerido para manter a vida celular.
(1,2,3,4)
Úlcera isquêmica é devida à insuficiência de fluxo arterial, ou mínimo trauma de um
tecido isquêmico, e que a cicatrização é possível com aumento do fluxo arterial na
maioria das vezes requerendo fluxo pulsátil. Essa úlcera normalmente é muito
dolorida e está presente mais tipicamente nas extremidades.

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